Rms Aquitania: História


        Um orgulho da Frota Cunard Line. Conheça um pouco da hitória de um dos navios mais famosos e bonitos da nossa história.




     As origens do Rms Aquitania, se iniciam em 1907 entre a Rivalidade das companhias maritimas inglesas, Cunard Line com sua dupla de maiores e mais velozos  navios  Mauretania e Lusitania, contra a White Star Line e seu Imponente, majestoso, grandioso e luxuoso Trio, Olympic, Titanic e Britannic.

    A Cunard viu que sua dupla de navios (Lusitania e Mauretania) mesmo sendo rápidos, não eram tão grandes e tão pouco apresentavam o mesmo luxo que o Trio "Olympic" possuía. Frente a isso a Cunard Line começa a elaborar um novo projeto. O requisito nesse novo navio era ser maior, mais luxuoso, mais confortável e mais rápido que o "Trio White Star" porém mais lento que o RMS Muretania.

RMS Mauretania (1907 - 1935) ancorado ao lado do pier da Cunard Line em Nova York.

    Durante os anos que se seguiram, projetistas trabalharam e estudaram os designs de navios da própria Cunard Line e de empresas rivais, inclusive o próprio projetista chefe encarregado do novo carro chefe da Cunard estava a bordo do RMS Olympic do White star Line em sua viagem inaugural, afim de aproveitar estudar alguns conceitos presentes no interior do navio para o seu projeto. O resultado de todo trabalho se deu em 1910, quando o projeto do navio foi revelado  pela John Brown and Company yards no mesmo dia em que foi posta a quilha de construção do gigante transatlântico.
RMS Carmania (1905 - 1932)
    O navio teve como principal projetor o arquiteto naval Leonard Peskett. Leonard levou como inspiração de design para o novo navio duas embarcações da própria Cunard Line, o RMS Carmania (1905) e RMS Lusitania, o projeto se tornou uma fusão dos dois navios. Sendo todo o Arco de Proa até centro do navio inspirado  no RMS Carmania, e do meio do navio até a popa e todo o convés superior sendo inspirada no RMS Lusitania. Além disso o projeto do Aquitania foi estabelecido cumprir com as regras do Almirantado Inglês na época, de que se fosse necessário o navio poderia ser convertido em cruzador armado em pouco tempo.
RMS Lusitania (1907 - 1914)

   

RMS Aquitania (1914 - 1951)


     Em 21 de Abril de 1913 o Aquitania foi lançado ao mar onde foi batizado pela condessa Alice Stanley, em seguida o imenso navio foi rebocado para uma doca onde se iniciaram os trabalhos  equipagem de toda sua superestrutura.
RMS Aquitania após o seu lançamento abril de 1913

    Após o desastre com  RMS Titanic em 1912, o RMS Aquitania ainda estava em construção e foi o primeiro navio recém construído a ter botes com capassidade para todos os passageiros e tripulantes. Ao total eram 80 botes, e 4 deles com comunicador Marconi. Em Maio de 1914 o navio foi levado para seus testes de mar.

    No dia 30 de Maio de 1914, após um ano de equipagem e testes dos motores o gigantesco RMS Aquitania parte de Liverpool em sua viagem inaugural, com destino a Nova York, carregando o título de segundo maior transatlântico do mundo (o Alemão SS Imperator de 1913 possuía o título até então, porém o RMS Aquitania podia se gabar de ser o maior navio inglês e o maior navio do mundo a possuir quatro chaminés).
Comparação do RMS Aquitania com o igualmente gigante
RMS Olympic. 
A trágica perda do RMS Empress of Ireland um dia antes da viagem inaugural do Aquitania, ofuscaram o evento, mas mesmo assim o navio cumpriu sua viagem inaugural com êxito, e muitas críticas positivas a respeito do interior extremamente requintado e de suas enormes salas públicas de primeira classe. Naquele momento a Cunard Line poderia gabar-se de ter os mais rápidos navios do mundo e o mais luxuoso. Mas tem tudo são mares de rosas, e em seguida, algumas semanas depois um novo episódio selou o destino da humanidade e do navio, O RMS fez mais duas viagens para Nova York quando ocorreu a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
RMS Aquitania partindo para mais uma viagem até Nova York.

 - Em Junho de 1914 o navio foi requisitado pelo Governo britânico para servir como um cruzador na guerra e o navio foi convertido para este papel em Liverpool.
- Em 7 de Agosto, após todo o mobiliado e decoração do navio terem sido retiradas e armazenadas em depósitos, partiu de Liverpool, agora sob o comando Marinha Real o renomeado HMT Aquitania, que desliza sob mar não mais com seu casco preto e linha d'água branco e vermelho e chaminés laranjas com topo preto, e sim ostentando um casco toltamente camuflado para sua primeira missão de patrulhar os mares no ocidente.
HMT Aquitania
    Em 22 de Agosto, ainda como cruzador, o Aquitania colidiu com um navio canadense de pequeno porte devido a uma forte névoa, a colisão resultou em uma avaria na proa do Aquitania e no naufrágio do pequeno barco, o Aquitania retornou para Liverpool para realizar reparos e voltar ao serviço o quanto antes para a marinha real. Porém alguns meses depois, o Almirantado decidiu retirar a função de cruzador para transatlânticos, a justificativa era que por serem muito grandes eram alvos faceis para os inimigos. Os reparos no navio foram realizados até o fim de 1914, mas o navio não retornaria até 1915 ao serviço. Em 18 de Junho de 1915, o navio foi requisitado novamente pelo Governo, dessa vez para servir apenas como navio de tropas. Dia 25 de Junho, o Aquitania deixou Livepool com um recorde de pessoas embarcadas no navio até então, 5000 mil soldados estavam abordo do navio naquele dia. Após três viagens realizadas como navio de tropas o HMT Aquitania retornou para Liverpool onde foi convertido em navio Hospital para auxiliar os navios HMHS Mauretania e HMHS Britanic, servindo na função de hospital nos períodos de Novembro de 1915 até Janeiro de 1916.
HMHS Aquitania 

    Em 10 de Abril 1916, foi devolvido a  Cunard Line e enviado para o estaleiro Harland & Wolff para converção do navio para passageiros e rotomar seus serviços para a companhia. Entrentanto em Novembro de 1916, o Aquitania foi novamente requisitado como navio Hospital.
      Dezembro de 1917, com entrada dos EUA na guerra, o navio voltou ao serviço de transporte de tropas. Em 1918 com o fim da guerra o navio foi usado para levar as tropas de volta aos seus países.
O navio foi devolvido a Cunard Line no inicio de 1919, e a embarcação logo enviada para o estaleiro para passar por uma extensa reforma no seu interior e principalmente exterior onde seu casco estava bastante danificado, o navio também foi convertido para queima de óleo para baratear o custo de combustível.
RMS Aquitania na sua primeira viagem como navio de passageiro no pós-guerra, Nova York,  de1920

    17 de Julho de 1920, fez sua primeira viagem pós-guerra de Liverpool para Nova York. Com a perda do RMS Lusitania em 1914, e o RMS Berengaria (ex-SS Imperator), ainda em estaleiro para reformas. a Cunard Line passou a operar o navio na rota Southampton-Cherbourg-Nova York, deixando a rota Liverpool - Nova York para ser operada por navios menores. Mais tarde a rota Southampton - Nova York foi operada pelo novo grande trio da Cunard Line (RMS Mauretania, RMS Aquitania e RMS Berengaria).

O grande trio da Cunard que rivalizava na mesma rota com o novo grande trio da White Star Line, RMS Olympic, RMS Homeric e RMS Majestic.

    Com a grande depressão de 1929, as viagens transatlânticas estavam indo de mal a pior, muitos navios com idade avançada e já ultrapassados para a época foram gradualmente aposentados no anos que se seguiram, foi o caso dos célebres RMS Olympic e RMS Mauretania aposentados em 1935 e 1936 respectivamente. Os navios que continuavam em serviço teriam que gerar rentabilidade para a companhia de outra maneira. Assim em 1932 pela primeira vez em sua carreira, o RMS Aquitania é usado como navio de cruzeiro (Permanecendo assim até o início da segunda guerra mundial em 1939). Porém o navio não satisfez a clientela exigente de passageiros de cruzeiros da época que achavam o navio quente e grande demais (seu comprimento não permitia chegar a portos turisticos na época), tendo em vista que o RMS Aquitania foi contruído para a função de atravessar o tempestuoso e frio Atlântico norte, e não era um navio ideal para lazer. Analisando todos os problemas financeiros que a empresa estava enfrentando e levando em consideração reclamações dos passageiros, a Cunard Line retira o RMS Aquitania do serviço de cruzeiro em 1935 e o coloca novamente em sua linha transatlântica, dessa vez ligando a Inglaterra ao Canadá. Além disso foi decidido que o navio seria aposentado da frota da Cunard Line em 1940, onde já seria substituído pelos icônicos, RMS Queen Mary, RMS Mauretania II e RMS Queen Elizabeth.
RMS Aquitania servindo na sua carreira como cruzeiro.

    Entretanto mais um conflito eclode na Europa e a Segunda Guerra é iniciada, e em 21 de Novembro de 1939 o RMS Aquitania atracado em Southampton é requisitado pela marinha real para o uso de transporte de tropas, e novamente renomeado HMT Aquitania, que consequentemente ganha uma sobrevida já que seria aposentado em 1940. No mesmo ano de 1940 o navio passou por uma extensa remodelação para atuar na guerra no atlântico ao lado dos Queens, Mauretania II e Ile de France, nessa reforma foram instalados mais botes salva vidas e armas de artilharia pesada foram instaladas em seus decks superiores.


HMT Aquitania servindo como transporte de tropas na segunda guerra
HMT Ile de France e HMT Aquitania ao fundo.

HMT Aquitania
HMT Aquitania e o HMT Queen Mary em Southampton.

     Com o fim da Segunda Guerra o HMT Aquitania bastante avariado é devolvido para sua companhia de bandeira Cunard White Star Line que envia o navio para uma pequena reforma, para em seguida o RMS Aquitania retornar ao serviço da Cunard Line com objetivo de repatriar as tropas e famílias americanas e canadenses que estavam na Europa.
RMS Aquitania no seu serviço de repatriação pós guerra para a Cunard Line.


     No final de 1948 a Cunard White Star envia o navio para a doca seca afim realizar uma grande remodelação e voltar a realizar serviços com passageiros regulares. No entanto as condições do navio mesmo após as reformas eram precárias, ainda assim o navio retornou ao serviço regular e ainda transportou uma grande quantidade passageiros, principalmente mulheres que foram desposadas na Europa por americanos e canadenses.  Entretanto em 1949 ficou claro para a Cunard White Star que apesar de toda a popularidade que o navio possuia, ele estava velho e ultrapassado.
RMS Aquitania e o MV Britannic em Nova York
   Em dezembro de 1949 foram realizadas inspeções pela junta comercial britânica, que concluiu que o navio só poderia ser mantido em serviço se passasse por uma reforma completa, a companhia chegou a cogitar tal possibilidade e reformar o navio, tal como a French Line estava fazendo com o SS Ile de France, porém os custos para essa reforma seriam o preço de um novo navio e foi decidido que pela Cunard White Star que após 35 anos de serviço já era hora de aposentar a grande duquesa (como era carinhosamente chamado o navio)  e o mesmo seria substituído pelo RMS Caronia que havia entrado em serviço meses antes. No dia18 de Fevereiro de 1950 é arriada a bandeira da Cunard White Star Line pela última vez, encerrando três décadas extremamentes sucedidas de serviço e é oficialmente transferido para a Iron & Steel. Em 21 de Fevereiro de 1950, chega para o desmanche na Nova Escócia. Em Novembro de 1951 a demolição é concluída.

RMS Aquitania na sua última vez em Southampton. 

Destaques:

* Mauretania e Lusitania muitas vezes são vistos como irmãos do Aquitania, mas são ligeirmentes menores;
* Foi o único "Grand Liner" a servir em duas guerras;
* O último navio de passageiros de 4 chaminés a ser desmantelado;
* Foi o navio mais antigo a ficar de serviço para a Cunard Line de 1914 a 1950;





Comentários

  1. Meus ancestrais vieram da Espanha nesse navio. Foi em 1924 quando o Aquitania saiu de Marselha, fez escala em Gibraltar e aportou em Santos em 20/11/1924. Queria muito saber mais detalhes dessa viagem. Alguém sabe como obter essas informações ?

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    1. Lamento, mas o RMS Aquitania era um navio inglês e nunca serviu a rota Marsella - Gilbratar - Santos. Tão pouco esteve no Brasil.

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